O Laboratório de Imagem e Som em Antropologia foi inaugurado em 1991 e dá suporte às produções audiovisuais e fotográficas de estudantes, professores e pesquisadores do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e de outras instituições. Além do apoio técnico e do auxílio em diversas produções audiovisuais, o LISA salvaguarda, documenta e conserva um rico acervo antropológico com itens desde o início do século XX. Dividido entre fílmico, iconográfico e sonoro, o acervo conta com cerca de 1.970 filmes, 24.500 imagens (que incluem fotos, adesivos e placas de vidro) e 700 horas de registros sonoros.
O acervo iconográfico reúne slides, negativos, fotos em papel, placas de vidro e pranchas de desenho. A maior parte deste acervo deriva de pesquisas etnográficas junto a grupos indígenas do Brasil. Destacam-se as coleções do início do século XX de Theodor Koch-Grünberg (entre os Bará, Piratapuia e Tukano); Walter Garbe (entre os Krenak); Herbert Baldus nos anos 1930 e 1940 (entre os Karajá, Tapirapé e Guarani M’bya); Harald Schultz, nos anos 1940 (entre os Karajá e Kaingang); Protásio Frikel, nos anos 1960 (entre os Kayapó-Xikrin e Suyá); fotografias da Expedição Othon H. Leonardos (entre os Bororo, Apinayé, Krahô, Kanela, Xerente) nos anos de 1930; a coleção de postais da Missão Salesiana (entre os Bororo), de 1935; e a coleção de slides de Kazadi wa Mukuna sobre etnomusicologia. A coleção Lux Vidal constitui parte substancial, totalizando mais de 5.000 imagens derivadas do trabalho da antropóloga com os Kayapó-Xikrin do Pará (1969/92), além de registros dos grupos Assurini do Tocantins, Parkatejê-Gavião, Parakanã e Suyá. A coleção de imagens produzidas pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI) de São Paulo também é parte importante do acervo e soma cerca de 12.500 negativos e slides.
A partir dos anos 2000 o acervo começou a ser digitalizado e, desde 2003, grande parte foi disponibilizada no site como forma de democratizar o acesso às informações produzidas a partir de pesquisas especializadas. Frequentemente, o LISA conta com visitas de grupos indígenas interessados em pesquisar os registros de suas etnias para reverem como viviam seus antepassados, como eram os rituais, as pinturas corporais e os cantos.
Por meio dessa interação, o acervo ganha vida através do olhar de seus “herdeiros culturais”. Além disso, a documentação e, principalmente, a digitalização do acervo permitem que ele retorne para os grupos retratados através de projetos de resgate cultural, como aqueles desenvolvidos junto ao povo Kayapó-Xikrin nos anos de 2019-2023.
O acervo conta ainda com produções próprias do laboratório, como filmes, fotografias, revistas e publicações. Além desses materiais, o LISA reúne itens doados por colecionadores, comprados ou trocados com outros centros de pesquisa.
Conheça
O acervo pode ser consultado presencialmente mediante agendamento. No instagram do LISA é possível acompanhar chamadas para oficinas, eventos e informações sobre as produções do laboratório. Siga @lisausp_