As coleções botânicas são verdadeiros tesouros científicos, contendo informações essenciais sobre a biodiversidade vegetal. Tradicionalmente, esses acervos eram acessíveis apenas em herbários e museus físicos, o que limitava o estudo de muitas plantas a pesquisadores que podiam viajar até essas instituições.
Com a digitalização, essas coleções agora podem ser acessadas online, permitindo uma reclassificação contínua e a transformação do conhecimento botânico. Além de preservar as espécies já coletadas, as plataformas digitais facilitam a identificação de novas espécies e a revisão de classificações antigas, criando novas oportunidades para a botânica.
Um exemplo é o Reflora – Herbário Virtual Brasileiro, criado em 2010 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em colaboração com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com o objetivo de digitalizar e disponibilizar imagens de plantas brasileiras que estão em herbários nacionais e internacionais. Essa plataforma facilita o acesso remoto para pesquisadores e taxonomistas, permitindo análises detalhadas sem a necessidade de visitar as instituições que possuem os exemplares físicos.
Com mais de 4,6 milhões de imagens digitalizadas, o Reflora se tornou uma ferramenta valiosa para corrigir classificações taxonômicas e atualizar o conhecimento sobre a flora brasileira. A plataforma permite que especialistas revisem classificações antigas e integrem dados de diversos herbários, como o Royal Botanic Gardens de Kew e o Muséum National d’Histoire Naturelle de Paris, oferecendo uma base de dados abrangente e acessível.
O Reflora facilita a reclassificação e a consulta de espécimes, ampliando a capacidade de pesquisa e colaboração em botânica no Brasil e no exterior. Com a digitalização dessas coleções, o projeto fortalece o estudo da biodiversidade brasileira, permitindo que novas pesquisas sejam realizadas. Atualmente existem 85 coleções publicadas no Herbário Virtual Reflora.