Código Aberto para Arte Generativa

Renata Perim

Arte generativa pode ser definida como uma prática em que artistas utilizam um sistema, como um conjunto de regras de processamento de linguagem natural (capacidade das máquinas entenderem e interagirem com a linguagem humana), que é posto em movimento com algum grau de autonomia, contribuindo ou resultando em uma obra de arte concluída.

A exposição Arte de Código Aberto do artista-programador Vamoss (@vamoss) no Museu do Amanhã, no destaque deste post, mostra que outras pessoas, como os visitantes dessa exposição, podem interferir nessas regras e alterar a composição da obra, criando assim uma outra. Para além dos resultados variados de cores, formas e dimensões, o que o artista propõe é o entendimento do que é o código (o algoritmo), deixando a linguagem de programação mais acessível.

Esse convite à interferência, que envolve também a possibilidade de “quebrar” o programa, aproxima-se do conceito de anarquivamento: quando artistas põem em questionamento o arquivo, abalando seus poderes, questionando suas fronteiras, revelando potencialidades ainda não exploradas. A arte generativa, portanto, na forma como o artista propõe nesta exposição, é terreno fértil para o entendimento do processo de anarquivar que é também fundamental para a constituição do nosso Projeto Temático.