Memória e Transformação
Quando uma exposição se encerra no ambiente do museu, seus arquivos de imagens, vídeos, desenhos e outros artefatos digitais acabam por manter vivo o seu projeto. No caso de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, mostra produzida pelo Museu da Língua portuguesa, com curadoria de Daiara Tukano , temos um verdadeiro legado iconográfico. Destacamos aqui o catálogo da mostra, que contém os mapas e cartogramas elaborados especialmente para a exposição, desenhados por Bruna Keese, e realizados a partir da pesquisa de Gustavo de Godoy e Silva e Majoí Gongora.
O primeiro cartograma, no destaque deste post, evidencia a distribuição geográfica das famílias linguísticas originárias das Américas, servindo como uma espécie de imagem estática composta a partir da sobreposição de tempos históricos, enfatizando a relação entre território e língua. Sua orientação nos lembra o famoso desenho de Joaquín Torres García, América Invertida, que, em 1943, já indicava o desejo de combater o imperialismo cultural nas Américas. Outros três mapas apresentam em detalhes as famílias linguísticas, as políticas de educação e a população indígena no Brasil. Todos podem ser baixados em arquivos .jpg e em alta resolução.
Cada palavra é uma flecha

O site da mostra reúne ainda uma publicação educativa e um detalhado tour virtual. Todo material disponibilizado possibilita leituras, tanto de formas quanto de palavras, que poderiam ser, eventualmente, incorporadas aos processos de machine learning. Afinal, é crucial ensinar às máquinas que “cada palavra é uma flecha” e que “cada língua expressa uma compreensão de mundo” para construir bancos de dados a partir dos quais possam ser contadas outras histórias.